quarta-feira, 30 de março de 2016

Conta-me histórias: "Quem tem parentes assim não precisa de inimigos"

Da saga "É tarde para economia, quando a bolsa está vazia.", "Quem conta um conto, acrescenta um ponto" e "Antes pouco, honrado, que muito, roubado" hoje conto-vos a história das ovelhas ranhosas da família do primo Bruno:

Em qualquer família que se preze, existem sempre ovelhas ranhosas. Mesmo nas famílias mais unidas e mais funcionais há sempre aquele elemento que gosta de estar sempre em oposição e nunca está satisfeito com as decisões que se tomam. É responsável por criar mau ambiente e por ter sempre o dedo apontado, pronto a disparar em qualquer direção, mesmo que toda a família se esforce por o integrar e tente entender e satisfazer ao máximo as suas lamúrias.

A família do Bruno não é exceção à regra. Apesar da maior parte da família estar mais unida do que nunca, por reconhecerem que se está a fazer um bom trabalho pelo bom nome da mesma e pelo sucesso dos negócios ter aumentado depois de períodos de maior crise, existem ainda assim aqueles que continuam a torcer o nariz, a arranjar mil e um defeitos, mesmo que sejam insignificantes e a tentar minimizar o trabalho incansável dos restantes parentes.

Uns corroem pelas costas sem que se dê conta e fazem-se de amigalhaços na presença dos familiares. São os verdadeiros chupistas, que gostam de viver às custas dos outros, mas nunca lhes reconhecem o devido valor. São como cães que não olham ao dono, demasiado ignorantes e presunçosos para gratular quem lhes pôs o pão na boca.

Outros são verdadeiros inconformados com a vida. Dizem mal de tudo e todos às claras e mais depressa elogiam um qualquer desconhecido que um parente que sempre se preocupou com eles e sempre esteve presente para os amparar nos momentos mais difíceis. São os verdadeiros arautos da desgraça, pessoas que sabemos que fazem parte da família, mas que tentamos evitar e afastar ao máximo pois só trazem corrosão e podridão. Ainda que a família lhes ofereça tudo o que pode para que prossigam as suas vidas com a maior dignidade, estão sempre desconfiados com aquilo que lhes é dado e acham sempre que é feito com segundas intensões. Nunca vão conseguir confiar nos seus parentes, nem aceitar sem reticências e com gratidão a bondade e a entreajuda alheia, vivendo toda uma vida de suspeita e calculismo desmedido.

Existem também aqueles que se habituaram a viver às custas dos outros e quando confrontados com uma nova realidade, em que precisam de colaborar de alguma forma para justificar o seu ganho, decidiram opor-se à atual gestão familiar. São pequeninos em tudo e de uma falta de ambição tremenda. Dizem que o principal lema da família deve ser a honestidade mas acabam por ser os primeiros a não a cumprir. Nunca souberam sair da caixinha em que se encontravam, em que as ideias eram escassas e ultrapassadas à realidade atual. Custa-lhes admitir e até entender como foi possível levantar o bom nome de uma família em declínio e restaurar os negócios há muito perdidos, com lucros assinaláveis e com um projeto sustentável para o futuro.

É caso para dizer que com parentes assim ninguém precisa de inimigos!


Por vezes preocupamo-nos demasiado com os nossos adversários, mas muitas vezes os nossos piores inimigos são aqueles que nos são mais próximos. 

2 comentários:

  1. ESTES TEXTOS TODOS DESTA SAGA ESTÃO EXCELENTES E EXPLICA MUITA COISA QUE PENSO QUE HÁ PESSOAS QUE AINDA NÃO SABEM. MUITO BOM MESMO. PARABÉNS!

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