O Sporting joga hoje aquele que poderá ser o jogo de
despedida dos leões na Liga Europa, a competição secundária da UEFA para os
clubes europeus. Não deixa de ser uma competição aliciante, porque ainda assim
permite um encaixe financeiro agradável, mas nada comparado com os milhões da
Liga dos Campeões.
A abordagem dos verde e brancos a esta competição deixou
algumas críticas dos normais profetas da desgraça leonina. Muito se discute
porque é que o Sporting não aposta todas as suas fichas nesta competição, pelo
prestígio internacional do nosso clube, esquecendo-se que primeiro é necessário
começar pelo mais importante: voltar a ganhar um campeonato.
O clube do nosso coração vem de anos e anos de seca, não
ganha o campeonato há treze anos, luta contra tudo e contra todos neste momento
para se manter em primeiro a todo o custo e ainda assim existem iluminados que
consideram que uma equipa em construção, pouco habituada a esta pressão e com
um plantel muito interessante, mas ainda demasiado curto para lutar em todas as
frentes devia apostar tudo na Liga Europa.
Além de arriscado, dado o formato da competição e às equipas
nela envolvidas, com a presença de equipas que caíram da Liga dos Campeões era
no mínimo tentar construir uma casa pelo telhado. Tal como tem sido dito e
muito bem pelo nosso treinador a prioridade do Sporting neste momento passa por
uma afirmação a nível nacional. O primeiro ou mesmo o segundo lugar do
campeonato, com acesso direto à Liga dos Campeões representam uma maior
estabilidade naquilo que será o planear do futuro do clube.
Como todos sabem para nós não há jogos fáceis. Os jogos são
ganhos porque efetivamente o Sporting tem sido superior aos adversários e para tentar
continuar a fazê-lo necessita da sua equipa na máxima força.
É fácil falar que se devia fazer isto ou aquilo, quando a
única coisa que precisamos fazer é dar a nossa opinião. Possivelmente muitas
das pessoas que criticam, se estivessem no lugar do nosso treinador agiriam com
muito mais cautela e não afirmariam de ânimo leve que a carne é sempre para
meter toda no assador.
Jorge Jesus é um treinador experiente e com provas dadas.
Tem ganho a maior parte das competições internas em que participa nos últimos
anos, mas não ganhou nada lá fora. E pergunto eu, não é essa a mais fiel realidade atual
do futebol português?
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