Como
todos sabemos o período em que o mercado de transferências está em aberto, é
fortuito em rumores no que toca à vinda de jogadores para os três grandes do
futebol português. Aproveita-se para vender jornais, fazendo capa de um
qualquer jogador, a maior parte sem qualquer compromisso em verificar a
veracidade dos fatos. Assim até parece fácil fazer “jornalismo” desportivo em
Portugal. É só escolher o jogador “a la carte” para entrar diretamente para a
capa do jornal seguinte, acrescentam-se umas inverdades sobre uma qualquer
declaração de alguém que diz que disse que existiu uma proposta, junta-se uma
necessidade premente do clube em reforçar aquele sector do terreno, ou porque
não tem soluções suficientes para a posição em questão, ou porque o jogador x
ou y está descontente e deseja sair do clube.
É
assim que se faz “jornalismo” desportivo em Portugal. É ponto assente e para
todos os efeitos é uma excelente forma de fazer receitas. E nesse aspeto eu não
os posso criticar: se continua a vender, porquê mudar de estratégia?
Agora
importa perceber se todos os clubes são tratados da mesma forma durante este período
de transferências. Para isso fiz uma recolha de todos os jogadores que foram
apontados aos 3 grandes, apenas aparecendo em capas dos 3 jornais desportivos
(abola, record e ojogo) durante o mês de dezembro e janeiro.
No
Sporting entraram efetivamente 6 jogadores neste mercado de transferências: Bruno
César (Estoril), Zeegelaar (Rio Ave), Rúben Semedo (V. Setúbal), Coates
(Sunderland), Barcos (Tianjin Teda, China) e Ezequiel Schelotto (sem clube). Três
desses jogadores já estavam contratados antes de dezembro (Bruno César, Marvin
e Schelotto) e como tal já não foram capa de jornal no período em questão. Rúben
Semedo foi um regresso de empréstimo pelo que apenas 2 jogadores foram
contratados durante o período de especulação de mercado de transferências
(Coates e Barcos).
No
Benfica foram contratados ou regressaram 6 jogadores. Retirando os regressos e
entradas para a equipa B (Dálcio, Saponjic, Guzzo e Benítez) o clube da Luz
contratou para a equipa principal também 2 jogadores (Grimaldo e Jovic).
No
Porto foram contratados 5 jogadores: 3 para a equipa principal (José Sá, Suk e
Marega) e dois para a equipa B (Zitouni e Erik Palmer).
Parece
haver aqui um equilíbrio entre o número de jogadores contratados em igual
período, o tal período de especulação do mercado de transferências que
considerei desde o dia 1 de dezembro de 2015 até 1 de fevereiro de 2016.
Vamos
agora olhar para a lista de jogadores-alvo apontados pela imprensa ao longo
destes meses:
Como
podemos ver, a lista de alvos apontados ao Sporting é sobejamente maior em
relação a Porto e Benfica. Parece haver aqui um grande cuidado em não apontar
falsos nomes a estes clubes, mas em relação ao Sporting não há problema:
qualquer jogador no ativo pode vir a ser contratado pelo Sporting.
Segundo
os pasquins o Sporting podia ter contratado neste mercado de inverno qualquer
coisa como cerca de 9 defesas, uns 2 ou 3 médios, 3 guarda-redes e 10
avançados!Como
não contratou esta gente toda claramente é um clube mal gerido, claramente é um
clube que não tem poder económico e facilmente os jogadores alvo do clube
leonino são desviados para os rivais.
Jogadores
como Suk, José Sá e Marega são apontados primeiro ao Sporting e depois acabam
contratados pelo Porto. O Sporting não sabe negociar dizem eles… Então e o
Porto? Não tem departamento de scouting? Pelos vistos o departamento de
scouting do Sporting é que funciona bem, a avaliar pelo número de jogadores que
são apontados a Alvalade… Ou será que o departamento de scouting do Sporting
ainda faz um part-time à noite num qualquer pasquim desportivo?
Fica a nota de que os únicos dois jogadores
contratados pelo Sporting neste período (Coates e Barcos) foram capa de jornal
apenas no próprio dia ou na véspera do anúncio oficial da contratação por parte
do Sporting. Foram também à exceção de Leandro Damião os únicos dois casos
apontados em simultâneo pelos três pasquins…
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